Os alunos do 6º ano da EBI de Mota participaram no Concurso Literário, «Quem conta um conto...Acrescenta um ponto» Entregues os trabalhos e após uma rigorosa selecção a escolha recaiu no do aluno, João Azevedo do 6ºA, baseado no livro: «O Banqueiro Anarquista», adaptação de Clara Pinto Correia, trabalho que a seguir trancrevemos. Parabéns João!!
«O poeta ficou muito impressionado com o que o amigo lhe contou. Deve ter ido para casa a pensar no assunto. E foi…
A meio da noite, levantou-se, pegou num lápis, porque o nosso poeta gostava de escrever a lápis, achava que os pensamentos fluíam melhor e escreveu o poema Liberdade e, para quem não o conhece, vamos apresentar alguns versos:
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada (...)
(…)Mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
O poeta não conseguiu dormir mais nessa noite, tal era o entusiasmo de concretizar o sonho do seu amigo banqueiro. Ele sabia que a sociedade anarquista, na prática era impossível, mas não o disse logo ao banqueiro para não o desiludir…não se destroem assim os sonhos aos amigos sem ter uma contrapartida. Agora sim, tinha a solução, acabara de criar um poema anarquista, um poema sobre a verdadeira Liberdade.
O nosso poeta descobriu que através da escrita e simultaneamente da leitura se pode controlar o mundo, “podemos viajar, perder países, ser outro constantemente”, só assim se pode criar o tão desejado mundo do banqueiro, o mundo maravilhosamente anarquista. Na manhã seguinte, bem cedo, telefonou ao banqueiro para lhe dizer que tinha descoberto a fórmula mágica para a criação do seu mundo “maravilhosamente anarquista”. Ele ficou em pulgas e combinaram encontrar-se à hora do almoço, no mesmo restaurante, para trocarem ideias.
O banqueiro chegou cedo, mas o poeta já lá estava. Conversaram muito, não é fácil mudar mentalidades, contudo, como todos sabemos, os poetas têm o dom da palavra e este acabou por convencer o anarquista, levando-o a perceber que “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”. O banqueiro percebeu, então, que não se tratava de matar o seu sonho, mas antes de o pôr em prática de alguma forma…e porque não através da leitura e da escrita?!
E o dinheiro? - perguntam vocês. O dinheiro? Esse será posto ao serviço de todos aqueles que precisarem, incluindo o poeta, contribuindo assim para a criação de uma sociedade mais justa e respeitadora da liberdade individual.
O banqueiro ficou muito impressionado com a perspectiva de iniciar a sua nova vida…deve ter ido para casa a pensar na maneira mais rápida de pôr os seus sonhos em prática. E esta história não tem mais partes.»
João Azevedo, 6ºA
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