Ficha de leitura
Título da obra:”Lisbon Killer”
Autor: Rui Araújo
Editora: Oficina do livro
Resumo da obra: “Lisbon Killer” é um livro baseado numa história verídica, nomeadamente, no caso que ficou conhecido como o Estripador de Lisboa em mil novecentos e noventa e três.
Dois agentes da secção de homicídios (Nicolau e Miguel Neves) foram chamados para tomar conta de uma ocorrência, aquela que seria a primeira de três vítimas do serial killer.
Alzira Mendes foi encontrada perto de uma piscina abandonada, com um cinto à volta do pescoço e dois paus, a roupa rasgada e com alguns arranhões. Os resultados da autópsia indicavam que havia sido violado e depois estrangulado.
Os dois agentes investigaram tanto quanto foi possível, a família, os amigos, o namorado e ninguém era suspeito. A vítima aparentemente não tinha inimigos.
Nicolau e Miguel não sabiam que rumo dar à investigação. Para piorar, apareceu uma jornalista que tinha que acompanhar o caso (o que não agradou aos agentes).
Passados alguns dias, aparece outra rapariga francesa dentro do seu carro num local ermo, estrangulada com um cinto e dois paus, despida da cintura para baixo. À semelhança da primeira, Alexandra Bouin também tinha sido, provavelmente, violada.
Pela forma dos acontecimentos, estávamos perante o mesmo homicida (não um serial killer, porque só o é depois de ter morto três pessoas).
Os dois agentes investigaram e chegaram à conclusão de que a francesa tinha estado nessa noite num café a falar com um amigo, mas como estava a fazer um jogo de sedução com um rapaz da mesa ao lado (Daniel), foi sentar-se ao lado dele e estiveram a falar. Foram para outro bar e depois seguiram no carro dela para o local onde ela viria a morrer.
Esta é a versão de Daniel, que acrescentou que, lá, tiveram relações sexuais, quando chegou um carro, de onde saíram dois homens franceses que começaram a gritar com ela e bateram em Daniel, deixando-o inconsciente. Daniel acordou no dia seguinte já à porta de casa.
Nicolau e Miguel confirmaram esta história junto dos amigos de Daniel e das pessoas que estavam no bar. Contudo, algo parecia não estar certo, havia algumas contradições. E é com base nisso que o prendem, no entanto, o juiz deixa-o em liberdade por considerar que as suspeitas não são conclusivas.
Dias depois apareceu morta da mesma forma que as duas anteriores, uma professora no jardim da escola.
Como os agentes já desconfiavam do Daniel e, por acaso, descobriram que este tinha um irmão gémeo (bivitelino). Poderia ser essa a solução, o outro gémeo poderia ter feito análises no lugar do Daniel, assim o ADN não coincidia com o que era encontrado nos corpos das vítimas (por serem de ovos diferentes, as características não são iguais).
Faltava agora confirmar esta teoria.
Juntaram os dois irmãos em salas separadas e disseram a cada um que o irmão já tinha confessado, que já sabiam de tudo. Eles confessaram. Daniel fê-lo pura e simplesmente por prazer, não se conseguia controlar. O outro gémeo, depois de saber o que ele tinha feito, apesar de não concordar, quis ajudar Daniel.
A jornalista conseguiu a sua reportagem e ficou a namorar com Miguel Neves, o inspector.
É desta forma que os agentes conseguem desvendar o misterioso caso que estava a chocar os lisboetas.
No fundo, um reflexo de alguns acontecimentos reais.
Comentários do leitor: Ler uma história destas que, à partida, não tem muito a ver comigo, revelou ser uma agradável surpresa, na medida em que permite ao leitor ter a percepção da mente destes assassinos em série. Normalmente, quando sabemos de casos idênticos, pensamos que é um horror e, perante tal atrocidade, nem nos lembramos das características do homicida, mas a verdade é que são pessoas que têm prazer em ver o sofrimento das vítimas.
Este livro dá o exemplo de um serial killer na Rússia, o Chikatilo, que matou cinquenta e três mulheres, estrangulava-as, enchia-lhes a boca de terra, depois de mortas “violava-as” e arrancava os peitos à dentada, a algumas. A sua marca era tirar os olhos às vítimas. Mais tarde, foi apanhado e morto com um tiro.
Apesar de serem histórias chocantes, são frequentes, por exemplo, na Inglaterra (mesmo que não matem da mesma forma) fico a pensar o que é que leva um homem a entrar num infantário e matar todas as crianças que vê à frente, ou um universitário fazer o mesmo na sua universidade…
Será que são as características da educação dos países desenvolvidos? Foi um dos aspectos em que fiquei a pensar, porque, por exemplo, nunca ouvi falar em casos destes em África (não quer dizer que não os haja, mas acho que são movidos por outras crenças). Não sei…
Por último, ver a forma como a polícia trabalha em Portugal, quando lida com assuntos destes, acompanhar o rumo das investigações, faz de nós, leitores, os investigadores destes crimes (porque começamos a pensar em suspeitos…)
Aliás, penso que é um dos benefícios da leitura, enquanto lemos, construímos as personagens na nossa mente, e se um livro for mesmo bom, quando o abrimos, é como se fôssemos transportados para esse mundo (mesmo que num espaço e tempo diferentes!) .
Márcia Andrade 12ºC
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