Como é habitual, no Blog gostamos de partilhar informação que consideramos ser rica em conteúdo.
Foi o que sucedeu com a informação que aqui partilhamos com os nossos seguidores.
Uma aluna de 12º ano leu um livro, realizou reflexão sobre o mesmo e aqui fica o seu testemunho.
Parabéns Márcia e continuação de bom trabalho.
Ficha de leitura
Título da obra: “Objectivo: Matar Fidel”
Autor: Fabián Escalante
Editora:Ipunto
Resumo da obra: Sabemos que, até mil novecentos e cinquenta e nove, era Fulgencio Batista que estava no poder.
Che Guevara, que era médico, tratou de um paciente chamado Raúl, que lhe apresentou o seu irmão Fidel Castro (licenciado em Direito).
Quando se conheceram, ficaram os dois a falar durante muitas horas seguidas sobre ideais políticos.
Ambos foram para Cuba, onde começaram a exercer uma forte acção para derrubar Fulgencio, iniciando a Revolução de mil novecentos e cinquenta e nove. Começaram a partir da Sierra Maestra. Eram conhecidos como os barbudos.
Nesse mesmo ano, Fidel Castro derruba Fulgencio Batista com a ajuda do seu irmão Raúl e Che Guevara.
Cuba passou a estar sob o domínio do Comunismo. Obviamente que isto não agradava a todos, muito menos aos Estados Unidos (capitalistas empenhados em espalhar a sua política por onde fosse possível). Estados Unidos implica a CIA e o FBI contra Fidel.
Depois, as medidas que haviam sido anunciadas por Fidel (as reformas agrárias, o fim da prostituição e do jogo organizado) não agradavam à máfia cubana (com origens e influências mexicanas e nova iorquinas).
Todos tinham um inimigo comum, por isso, a CIA contratou-os e chegou mesmo a recrutar assassinos do submundo do crime.
No fundo, Fidel Castro consegue, assim, um leque poderosíssimo de rivais que só tinham a ganhar em vê-lo fora do Governa cubano. A única forma de isso acontecer era matá-lo.
É precisamente uma panóplia de planos que o autor relata.
A primeira tentativa consistia em infiltrar uns homens disfarçados no Palácio Presidencial e dar um tiro a Castro, quando ele aparecesse. Nunca se concretizou, porque os homens andavam a rondar o palácio para preparar terreno e foram descobertos pela segurança de Fidel.
Este fracasso obrigou a outro plano, desta vez mais engenhoso. Basicamente, queriam que Castro se encontrasse com um conhecido (que à partida também seria comunista), onde fariam uma conferência, seguida da explosão de uma bomba detonada num estacionamento próximo. Falhou, porque, para além de Castro chegar sempre de surpresa, soube-se que Fidel andava a investigar esse suposto companheiro com que se iria encontrar, então, suspendeu-se o ataque e fugiram todos do país, rapidamente.
Enfim, foram mais de trezentas tentativas, entre as quais uma bomba num estúdio televisivo, onde Castro iria dar uma entrevista.
Queriam salpicar-lhe os sapatos com sais de tálio para que a barba lhe caísse, acabando com a fama de “barbudo”.
Até os charutos serviram de prenda-veneno. Ofereceram a Castro uma caixa com os seus charutos favoritos, a estes havia sido aplicada botulina sintética (um veneno tão poderoso que a pessoa morreria só de colocar o charuto na boca).
O desespero da CIA era tal que um homem que protegia Fidel chegou a um hotel, e lá foi-lhe proposto por um homem da CIA que lhe entregasse uma caixa de charutos que, quando Fidel os fumasse, “o charuto explodiria e a cabeça voar-lhe-ia”! Perante aquele cenário, o homem que protegia Fidel Castro pasmou.
São apenas alguns dos inúmeros planos para pôr termo à vida de Fidel Castro.
Há um grande trabalho de pesquisa por parte do autor, que se dá ao trabalho de citar notícias que comprovam esses mesmos atentados.
Para concluir, o estado de saúde de Fidel, actualmente, é muito frágil, já se especulou muito, lançando-se notícias da sua morte, porque ele não aparece muito, é sempre o seu irmão Raúl.
Muita gente questiona o porquê de ele, com um calor abrasador, andar sempre de casaco (é para esconder um colete que usa para lhe aquecer os pulmões). Ele tem problemas nos pulmões por causa dos charutos, entre outros.
Recentemente, apareceu no Parlamento, onde pediu aos EUA para não lançarem bombas nucleares. É uma história real, que continua…
Comentário do leitor: Uma característica que, à partida, pode desagradar ou tornar um livro menos rico, é o facto de o autor se centrar apenas na informação e não tecer opiniões. Normalmente, quando percebo que o autor está a defender determinada ideia, argumentando, eu tento sempre contrariar para perceber até que ponto autor tem razão. No entanto, neste caso, o facto de ser só aquela a informação (as várias e incríveis tentativas de assassínio contra Fidel), faz-me pensar até que ponto é que vale a pena sacrificar todo um povo por causa da segurança de um só. Sim, porque de cerca de trezentos ataques contra Fidel, todos foram descobertos, tudo devido à forte acção da polícia castrense. É verdade, também, que muitos eram de facto ataques, no entanto, muita gente inocente foi presa, a repressão, enfim.
Por outro lado, percebemos como a CIA consegue engendrar planos meticulosos, não olhando a meios para atingir os objectivos, é no mínimo chocante! É incrível! É igualmente incrível a forma como Fidel Castro tem inteligência para se soltar dos tentáculos do enorme polvo que lhe fez frente.
Para concluir, ao ler este livro, fiquei com muita curiosidade e uma certa vontade de ler mais sobre este assunto, por isso é que estou a ler outro livro (“ A Utopia Segundo Che Guevara “).
Enfim, continuo a achar que a História de Cuba tem algo de “tragicamente mágico”.
É uma magia que só se percebe quando se lê!
Márcia Sofia Andrade, 12º C