"A um negrilho" a poesia de Miguel Torga

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A um negrilho

Na terra onde nasci há um só poeta
     Os meus versos são folhas dos seus ramos.
     Quando chego de longe e conversamos,
     É ele que me revela o mundo visitado.
     Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada,
     E a luz do sol aceso ou apagado
     É nos seus olhos que se vê pousada.
     Esse poeta és tu, mestre da inquietação Serena! 
   Tu, imortal avena
     Que harmonizas o vento e adormeces o imenso
     Redil de estrelas ao luar maninho.
     Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso
     Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!

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